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PAISAGEM SOB INVENTÁRIO

EXPOSIÇÃO PAISAGEM SOB INVENTÁRIO COMEMORA OS 10 ANOS DO MUSEU DE ARTES VISUAIS DA UNICAMP NO MACC



O Museu de Artes Visuais MAV Unicamp alcança seu décimo ano de existência realizando uma série de eventos alinhados às várias efemérides destacadas pela Universidade, ao longo deste ano de 2022.
 
Constituído a partir de uma resolução da Reitoria promulgada em janeiro de 2012, este museu universitário foi criado a partir dos esforços de acervamento elaborado pelos docentes do Departamento de Artes Plásticas do Instituto de Artes que por meio das exposições realizadas em sua Galeria, organizaram uma coleção de peças de arte doadas à Gestão Central da Universidade na década de 1980 para a criação de seu museu de arte.
 
Seu último inventário, finalizado no segundo semestre de 2021, indica um total de 1391 peças para seu acervo dentre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, instalações artísticas, livros de artista, vídeos e demais linguagens das artes visuais que se somam à uma coleção expressiva de 7000 itens de arte correio e publicações deste campo artístico ainda em fase de catalogação.
 
Deste modo, para celebrar em espaço urbano central e público de Campinas, foi criado o projeto expositivo “Paisagem sob Inventário”, especialmente projetado e aprovado pelo Edital de Seleção de Projetos Temporários do MACC, lançado no final do ano passado. Para as comemorações de seu aniversário, o projeto expositivo seleciona a paisagem como recorte temático que tem grande importância no contexto da produção artística atual e a partir dele, propõe a combinação de peças de seu acervo ao convite para a participação de um conjunto de 8 artistas visuais atuantes no cenário nacional e internacional que igualmente têm em suas produções forte interesse pelas relações dentre paisagem; espaço urbano, arte e sociedade contemporânea.
 
O ponto originário da proposta está na investigação acadêmica e artística presente nas últimas décadas do trabalho dos professores Sylvia Furegatti (Diretoria do MAV e docente do IA Unicamp) e Evandro Ziggiatti Monteiro (conselho executivo do MAV e docente FEC-FAU Unicamp) e Antônio Carlos Amorim (conselho executivo do MAV e docente da Faculdade de Educação da Unicamp). Sylvia e Antonio Carlos respondem pela curadoria da proposta e Evandro é organizador do Fórum virtual que estende o projeto para outras participações e estudos.
 
As discussões sobre paisagem que conduziram a curadoria do projeto amparam-se, principalmente, nos conceitos de paisagem elaborados por Javier Maderuelo, acadêmico, arquiteto e esteta espanhol cuja produção intelectual propõe um estudo minucioso sobre o problema que a visualidade implica ao conceito de paisagem. A epistemologia deste campo de estudos, a paisagem, defende Maderuelo, funda-se na Arte e passa a ser cultivada pelas Ciências, pela Geografia, pela Biologia e pelo Urbanismo.  Nas tentativas de lhe conferir significado, percebemos o efeito variante dos tipos de territorialização que tais abordagens lhe conferem. Mais que um gênero pictórico ou tema de composição arquitetônica, a paisagem é um constructo cultural. É elemento da artes, da arquitetura, da pintura ou da poesia, ao mesmo tempo em que estabiliza algumas técnicas como a cartografia e a agricultura ou ainda determina hábitos culturais como a religião. É forma de representação que tem a própria finalidade em si mesma. (Maderuelo, Paisaje y Arte, 2013)  
 
A sugestão do inventário que dá título ao projeto expositivo convoca tanto o conjunto de peças do acervo do Museu de Artes Visuais da Unicamp, cujo excerto selecionado para esta proposta apresenta a paisagem como estrutura e recorte temático, tanto quanto visa abarcar os elementos culturais e fenomenológicos dos trabalhos dos artistas visuais convidados para compor o projeto. 
 
A relação completa dos artistas participantes do projeto é a seguinte:


- a partir do acervo do MAV:
Lasar Segall (Vilna/Lituânia,1891-São Paulo,SP 1957);
Renina Katz (Rio de Janeiro, 1925);
Antonio Henrique do Amaral (São Paulo, SP 1935 – São Paulo, SP 2015);
Bené Fonteles (Bragança/Pará, 1953);
Thomas Perina (Campinas, SP 1921 – Campinas, SP 1929);
Mario Bueno (Campinas, SP 1916 – Campinas, SP 2001);
Maria Ligia Magliani (Pelotas/RS, 1946 – Rio de Janeiro/RJ 2012);
Fayga Ostrower (Lodz/Polônia, 1920 – Rio de Janeiro/RJ, 2001;
Beatriz Rauscher (1960);
Ermelindo Nardin (Piracicaba/SP, 1943);
Claudio Garcia (São Paulo/SP 1955);
Ellen Banks (Boston/EUA, 1938- NY/EUA, 2017);
Luise Weiss (São Paulo SP 1953);
George Rembrandt Gutlich (São José Campos/SP 1968);
Marcelo Moscheta (São José do Rio Preto, 1976) e
Marco Francesco Buti (Empoli, Itália 1953).
 
-Como artistas convidados para o projeto:
Marlon de Azambuja (Santo Antônio da Patrulha/RS 1976. Vive e trabalha entre Madrid e Paris);
Nazareno Rodrigues (São Paulo/SP 1967. Vive e trabalha em São Paulo);
Amilcar Packer (Santiago, Chile, 1974. Vive e trabalha em São Paulo);
Guga Ferraz (Rio de Janeiro/RJ 1974. Vive e trabalha no Rio de Janeiro);
Monica Mansur (Rio de Janeiro/RJ 1956. Vive e trabalha no Rio de Janeiro);
Leandro Gabriel (Belo Horizonte/MG 1970. Vive e trabalha em Belo Horizonte);
Bella Tozini (São Paulo/SP, 1980. Vive e trabalha em Cabreúva/SP) e
Thiago Bortolozzo (São Paulo/SP, 1976. Vive e trabalha em Campinas).
 
Ao todo, a exposição contará com aproximadamente 50 trabalhos entre bi e tridimensionais que serão apresentados tanto dentro do espaço expositivo do MACC, em sua Sala 01, quanto na área externa próxima ao Museu. Muitos dos trabalhos apresentados pelos artistas convidados são inéditos, criados especialmente para esta mostra. Assim também, algumas das peças do acervo, incorporadas recentemente, serão apresentadas ao público local, pela primeira vez.
 
O projeto expositivo pretende combinar, num mesmo espaço todos estes componentes entre peças do acervo, trabalhos dos artistas convidados e o educativo da exposição. Visa-se assim estabelecer uma paisagem interna contaminada por distintos núcleos de percepção do recorte temático da paisagem de forma a provocar nos interatores as relações simbólicas com a imagem e ou as referências visuais presentes nos trabalhos selecionados. Por meio do recorte da paisagem, pretende-se discutir a relação da espacialidade e do território reconhecível; tanto quanto se espera suscitar relações e interações pessoais do público visitante com a plasticidade e os sentidos político e sensorial propostos pelos projetos desses artistas.
 
“Paisagem sob inventário” visa ampliar as ações educativas já realizadas pelo MAV em projetos anteriores destacando sua importância e lugar de pertencimento na construção da sensibilização das pessoas em seu contato com a arte. Desta forma, estabelece-se a partir de projeto, coordenado pelo prof. dr. Antonio Carlos Amorim, como um espaço de co-criação a ser constituído com os visitantes, buscando diálogos entre as suas experiências pessoais e os trabalhos apresentados. Amorim reuniu um grupo de especialistas que integram a criação das propostas do projeto educativo formado pela profa dra Glòria Jové Monclús (docente na Universidad de Lleida, Espanha na área de formação de professores); Evandro Santos Professor (Secretaria Municipal de Educação de Campinas; Licenciado em Estudos Artísticos pela Universidade de Coimbra, mestrando na Faculdade de Educação da UNICAMP – Grupo OLHO); Ivânia Marques  (Mestra pela Faculdade de  Educação/UNICAMP que coordenou uma série de atividades educativas junto ao MAC Americana e Maria Vitória Ferreira, Técnica em Comunicação Visual e atualmente, é professora de Artes no Centro Paula Souza. As atividades programadas por este núcleo serão desenvolvidas por um grupo de alunos bolsistas do Serviço de Apoio ao Estudante – SAE Unicamp que atuarão como mediadores do projeto expositivo.
 
Nesta exposição, o educativo trabalhará a relação entre público e arte que não seja aquela marcada pelo consumo, mas sim a partir de atividades que coloquem os visitantes em posição ativa na percepção das obras. Visa assim transformar o museu em um espaço de partilha e de novas histórias a serem narradas.
 
De modo mais específico, com relação às atividades com estudantes e professoras/es das escolas básicas, a proposta é de a visita constituir-se como possibilidade de formação estética, em um processo que envolva o antes, o durante e após a ida à exposição. Com o desejo de que as paisagens da cidade, das vidas dos sujeitos, dos objetos, dos corpos e dos sonhos possam ser sentidas e significadas diferentemente, e que outras Campinas sejam compostas com e a partir das artes. E as escolas serem um dos protagonistas desse processo. Escolas e grupos poderão agendar suas visitas por meio de formulário próprio a ser disponibilizado dentro em breve, por meio das equipes do MAV e do MACC.
A abertura da exposição está programada para o dia 09 de agosto, às 15h.
A visitação ocorre de 10 de agosto a 30 de setembro, de terça à sexta-feira, das 9h às 17h. A entrada é franca e o acesso às salas do Museu obedece aos protocolos de segurança contra a Covid.
 
O fórum organizado pelo prof. Evandro Ziggiatti ocorrerá na forma virtual. Será evento aberto a todos os interessados. Está programado para ocorrer no dia 15 de setembro, a partir de participações de estudiosos da paisagem do Brasil e do exterior.
 
Convidamos as comunidades interna e externa à Unicamp para que nos acompanhem e participem deste projeto celebrando conosco a importância da arte e da cultura da Universidade para a comunidade local.

 

Acesse informações sobre o MAV Unicamp nos seguintes links:
www.mav.unicamp.br
https://www.facebook.com/mavunicamp
@mavunicamp e
Canal do MAV no Youtube


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Telefone para contato: (19) 2515-7095
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